O município de Rio Real, a 202 Km de Salvador, viveu nessa
quinta-feira um dia atípico. A rua em frente à Câmara de Vereadores permanece
fechada por estudantes e professores insatisfeitos com a postura de Idalécio
dos Santos, diretor do Colégio Estadual Marquês de Abrantes.
Indignados, os manifestantes acusam o diretor de abuso de poder. Segundo eles,
Idalécio, que assumiu o cargo esse ano não se cansa de repetir que ”na sua escola
só estuda e trabalha quem ele quer.” Os 13 vereadores estão a favor da comunidade
escolar que exigem a saída do diretor. Vários ofícios já foram entregues à
Direc 3 (Diretoria Regional de Educação) que cuida do acompanhamento escolar do
estado mas até agora nada foi resolvido, segundo o vereador Jam Carlos Alcântara
Souza (PDT). “É uma vergonha que o estado mantenha um individuo como esse a
frente de uma escola com cerca de 600 alunos. Que mensagem ele pode repassar aos
jovens cidadãos?”, questiona.
Os alunos garantem que não voltam às aulas até a exoneração
do diretor. “Os professores também se sentem ameaçados. O poder subiu
completamente à cabeça do diretor. Uma secretária que não comungava com as atitudes
dele foi demitida sem nenhuma justificativa”, disse um professor que não quis
se identificar.
Muitos alunos mora na zona rural e por muitas vezes se atrasam
em alguns minutos. O diretor não permite a entrada dos mesmos e os que
conseguem passar pelo portão são retirados pela Polícia Militar a mando do
diretor. “É uma arbitrariedade sem limites que precisa acabar”, diz o vereador
Jam Alcântara e acrescenta que muitos alunos estão saindo da escola para não
enfrentar os desmandos de Idalécio. “Vivemos um grande conflito hoje pois jovem
sem escola pode significar um desajuste para família e para a sociedade”,
alerta. Fonte Aloísio Araújo