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domingo, 7 de novembro de 2010

SÃO FÉLIX-BA: PATRIMÔNIO NACIONAL

       
                        Cidade Presépio agora é Patrimônio Nacional

O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural em reunião realizada nesta quinta-feira, dia 4 de novembro, no Rio de Janeiro decidiu pela aprovação da proposta de Tombamento do Centro Histórico de São Félix. O Tombamento vai possibilitar proteção federal ao conjunto urbanístico e paisagístico de São Félix, que lhe confere o singelo título de “Cidade Presépio”, alusão ás construções assentadas nos morros que envolvem a antiga Vila de Nosso Senhor Deus Menino de São Félix. Foram aprovadas as propostas de tombamento federal de mais dois bens culturais: o Encontro das Águas dos Rios Negro e Solimões, no Amazonas, e o Monumento aos Mortos da II Guerra Mundial, no Rio de Janeiro.
O Conselho Consultivo do Patrimônio Cultural, que avalia os processos de tombamento e registro, presidido pelo presidente do Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Cultural, Luiz Fernando de Almeida, é formado por especialistas de diversas áreas, como cultura, turismo, arquitetura e arqueologia. Ao todo, são 22 conselheiros de instituições como Ministério do Turismo, Instituto dos Arquitetos do Brasil, Sociedade de Arqueologia Brasileira, Ministério da Educação, Sociedade Brasileira de Antropologia e Instituto Brasileiro de Museus – Ibram e da sociedade civil.
São Félix surgiu durante a expansão da cana-de-açúcar no interior do estado e possui uma história profundamente ligada aos valores culturais baianos. No final do século XVI, em função da expansão do porto de Cachoeira, o povoado se estabeleceu como o ponto de partida da Estrada das Minas, importante rota comercial que seguia para Rio de Contas, na Bahia, e para os estados de Minas Gerais e Goiás.
O desbravamento da área nos primeiros anos do século XVII está ligado à extração e comércio de madeira estabelecido entre os índios Tupinambás e os franceses. Após a ocupação dessas terras e a tomada do monopólio do comércio pelos portugueses, os índios começam a ser escravizados e é iniciada a lavoura da cana-de-açúcar, que se desenvolve com a chegada dos africanos. Em função das atividades econômicas ali desenvolvidas, passou a ser conhecida também como local para pouso dos tropeiros, transformando-se em importante centro de importação e exportação de produtos europeus e regionais. Já no século XIX, desempenhou a função de terminal terrestre ligado ao terminal fluvial passando a abrigar uma estrada de ferro.
Foi no século XIX que a cidade atingiu o auge do desenvolvimento econômico a partir da produção de fumo e de uma linha de produção ligada a este produto. São Félix recebeu as fábricas de charutos Suerdieck, Dannemann, Costa Ferreira & Pena, Stender & Cia, Pedro Barreto, Cia A Juventude e Alberto Waldheis. O cultivo do dendê e um forte comércio de estivas, secos e molhados também são fortes produtos na economia e desenvolvimento de São Félix. A cidade é conhecida ainda por ter se destacado durante as lutas e mobilização social para a Independência da Bahia.
(Com informações do IPHAN)