Rádio Web do gaguinho

www.radialistagaguinho.com.br

quinta-feira, 10 de junho de 2010

"Lula ataca a imprensa" quinta-feira, 10 de junho de 2010


Deu no "Blog Reinaldo Azevedo":
Vejam que coisa: eu e Lula somos críticos da imprensa. Com a diferença de que eu faço o debate, e ele tenta, de diversos modos, controlá-la e calá-la. Leiam isto.
“É esse país que não aparece na imprensa. É esse país que não aparece na televisão, é esse país que muita gente tenta esconder. E, aí, quando faz pesquisa, que o Lula tem 86% (de aprovação), é esse país que está dando essa popularidade ao nosso governo”.
O presidente fez essa afirmação em Aracaju, a uma platéia de 400 moradores de um conjunto habitacional. Seríamos eu e Lula, guardada a evidente diferença de importância entre ambos no cenário político brasileiro, críticos da “mídia”, mas com visões opostas? Não. Vamos por partes.
As pesquisas de opinião a que Lula se refere são, quase sempre, encomendadas por veículos de comunicação. E são eles a lhes dar ampla divulgação. Ou Lula teria de se virar com a Lula News, o brinquedinho caro de Franklin Martins e Tereza Cruvinel, que dá traço.
A imprensa que ele tanto critica é justamente uma das maiores divulgadoras de seus feitos, reais e supostos - e de suas críticas à própria imprensa, como se nota acima. Estamos diante de um método: a partir da crise do mensalão, Lula e os petistas decidiram que o inimigo do governo não é o crime, mas a notícia do crime.
Essa blitz contra a imprensa tem produzido resultado ao longo dos anos. Assediada permanentemente pela acusação do governo de que ela lhe dispensa um tratamento injusto, nota-se um esforço para provar o contrário, tarefa facilitada pela enorme presença de petistas e esquerdistas genéricos nas redações - toco no assunto no post em que me refiro à patrulha feita sobre Marina Silva.
Eu, nunca escondi, faço debate cuja raiz é mesmo ideológica. Faço-o por minha conta e risco. Meus únicos “instrumentos de pressão” são as minhas opiniões e meus leitores. Lula dispõe de outros bem mais poderosos. E ele os usa com determinação. Trato do assunto no post seguinte.
É evidente que a crítica de Lula, além de evidenciar um viés autoritário, é, em si mesma, injusta. O caso mais escandaloso a provar o que digo é o tal PAC. Em outro momento, creio, o jornalismo não teria passado a usar essa marca-fantasia como um dado da realidade referencial, como algo que fosse tangível, palpável, material. Pela simples e óbvia razão de que não é. E de que o programa nem sequer existe.
E notem: Lula começa a falar de si mesmo na terceira pessoa. Já não se trata mais de um privilégio de Pelé.
0 comentários