Uma
pesquisa desenvolvida pela Universidade de Coimbra, em Portugal, mostrou que a
cafeína pode melhorar o ânimo e até mesmo combater sinais de depressão.
Apresentado na última sexta-feira (10) no 9º Congresso Mundial de Neurociência
da Organização Internacional de Pesquisa do Cérebro (IBRO), o estudo foi
desenvolvido com camundongos, a partir dos quais foi possível identificar a
capacidade do café de inibir os receptores que provocam sintomas de depressão.
De acordo com o jornal O Globo, quatro pesquisadoras brasileiras participaram da
pesquisa: Manuella Kaster e Ana Lúcia Rodrigues, da Universidade Federal de
Santa Catarina (UFSC); além de Ana Paula Ardais e Lisiane O. Porciúncula, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)
Os
animais foram divididos em dois grupos e submetidos a situações negativas e de
estresse, como privação de água e exposição a baixas temperaturas. Apenas um
dos grupos recebeu doses diárias de cafeína, justamente o que apresentou menos
reações às condições. "A partir daí, nosso passo seguinte foi tentar
identificar como a cafeína atuava ao nível molecular para inibir os efeitos da
depressão.
Suspeitávamos
que os receptores A2A para adenosina, que funcionam como uma espécie de sinal
de estresse para o organismo, tivessem um papel importante para a doença, e foi
isso que conseguimos confirmar", explicou o neurocientista Rodrigo Cunha,
que liderou o experimento. A expectativa agora é realizar testes semelhantes
com humanos.