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domingo, 26 de março de 2023

CABACEIRAS DO PARAGUAÇU-BAHIA: DISTRITO DE GEOLÂNDIA. ADELINO FERREIRA DA CONCEIÇÃO

 Adelino Ferreira da Conceição, este não é um nome qualquer, muito menos uma pessoa qualquer. Adelino é uma personalidade conhecida em todo território cabaceirense. Na Geografia, Sr. Adelino é o típico migrante, um pessoa que se desloca no espaço em busca, quase sempre, de melhores condições de vida, mas isso é, ainda, um conceito muito raso para caracterizá-lo.

Seu Adelino, Adilino, Mestre, Vovô. Talvez, estas foram algumas das denominações mais ouvidas por ele e por todos ao seu redor quando ainda em vida aqui se encontrava.
Saiu da Caatinga santo estevense e rumou para o outro lado do Paraguaçu. Aqui, no Jordão (para o íntimos residentes e pertencentes cabaceirenses) ele construiu uma linda e grande família ao lado da Sra. Maria Cléria, Mariá, Vovó Mariá. Juntos, aqui na baixinha, viveram por muitos anos. E mesmo em meio a tantas dificuldades, criaram 12 (D.O.Z.E) filhos. 12 crias que tiveram o grande cuidado e preocupação em educá-los, e diga-se de passagem, todos muito bem educados e reconhecidos por isso por onde passaram e passam.
Seu Adilino era uma pessoa com uma visão de mundo que ultrapassava o tempo cronologico que vivia. Talvez, os mais jovens não saibam da história, mas uma recomendação do biso era que, apenas, o filho mais velho e o mais novo estudassem. Mas claro, Seu Adilino como um grande visionário do futuro dos seus não permitiu que isso se concretizasse, e fez questão que TODOS, exatamente todos, tivessem as mesmas oportunidades de estudos e educação. E assim, todos eles, também, se tornaram jovens migrantes na adolescência. Rumo a Muritiba, a típica capital regional e talvez, a maior representação de moderno e inovador de cidade para a época e para os fiin de Adilino (aqui foi só um adendo para chamá-los de OS INCRÍVEIS, pq isso não se restringe a Tonhe, Nissin e Pinguim, mas a todos os outros que tiveram sua fase de tabaréu na cidade :') ).
Em Muritiba, as dificuldades também continuaram, mas, ainda sim, os estudos continuaram sendo prioridade, e sem sombra de dúvidas, todo aperto viria um dia a ser recompensado. A casa de Muritiba não era só para os fi de Adilino morar e estudar, era uma espécie de república, um coletivo de estudantes, filho de outras personalidades do Jordão, também gozaram dos prazeres e dificuldades que é, e sempre foi, a migração para o estudo. Isso nos mostra que, Seu Adilino não se preocupava só com os seus, mas também era solicito para com os outros. Um exemplo de bondade que sempre foi admirável por todos. Uma marca, grande marca de Seu Adilino.
Estudaram, cresceram, casaram, formaram família, e todos os 12 conseguiram, conseguem e reconhecem hoje, que todo esforço valeu e sempre valerá a pena.
Aprendi com a vida que, as pessoas que amamos, elas não morrem, mas, permanecem vivas em nossos corações. E sem sombra de dúvidas, vovô não morreu, nos deu um "Até logo". Ele sempre esteve e sempre permanecerá vivo em nossos corações.
Seu legado será perpetuado por todos da família. Gerações e gerações virão e saberão o exemplo de ser humano que foi. Os ensinamentos, conselhos e até mesmo, os "xabus", foram essenciais no crescimento e amadurecimento de todos que por sua vida passaram.
A educação? Os estudos? Sempre serão prioridades. Assim como seus fiin que há anos migraram para estudar, hoje, isto se propaga por netos e bisnetos, cumprindo também seu legado, e reconhecendo que por meio dela, também, se pode alcançar tudo que anseiamos.
Ainda que a saudade seja grande, precisamos reconhecer que ele cumpriu sua missão, plantou e colheu bons frutos e agora, descansa em paz. Sem tristeza, sem choro, isso nunca representou e nunca será marca de Seu Adilino. Ele gosta da casa cheia, da alegria, da união dos seus. Guardemos conosco os bons e incríveis momentos com o mestre Adelino (este um título exclusivo a ele e que jamais será inferior a qualquer grau acadêmico. Afinal, os seus ensinamentos não nos restringe a uma área de conhecimento, pelo contrário, nos liberta a pensar, refletir e viver para o mundo, para as adversidades, para as alegrias e tristezas).
Agora, Adilino e Mariá (ou Lia, como ele a chamava) descansam, cuidam e protegem os seus. Serão sempre presentes. Sempre. Texto Higo Ferreira .
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